Donde acaba la raíz comienza el viento,
comienza el caminante su ostracismo,
rompe el terrón su tenue paroxismo
y se apaga en las manos, ceniciento.
Con labios, no con pies, ando un violento
paisaje como sombra de mí mismo
dejando un silencioso cataclismo
en cada piedra, en cada pensamiento.
Pie de jaguar y corazón de garza,
cielo enterrado a golpes de raíces
en el ala de arena que lo engarza.
Voy caminando y siento en las matrices
del tiempo arder mi ida como zarza,
y hasta en mi aliento encuentro cicatrices.
caminhante inicia seu ostracismo,
quebra o torrão seu tênue paroxismo
e sai nas mãos, cinza.
Com os lábios, não com os pés, ando por um caminho violento
paisagem como sombra de mim mesmo
deixando um cataclismo silencioso
em cada pedra, em cada pensamento.
Pé de onça e coração de garça,
céu enterrado por raízes
na asa de areia que o encaixa.
Vou andando e sinto nos ventres
do tempo queima minha partida como uma amoreira,
e até na minha respiração encontro cicatrizes.
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